INTRODUÇÃO
"Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado'' (Mc. 16, 15-16). Nosso Senhor, o Filho do Deus Altíssimo que se encarnou no seio da Bem-aventurada Virgem Maria, que fora pregado na Cruz para expiação de nossos pecados e que Ressuscitou para nossa libertação; nos dá, após seu glorioso ressurgimento, uma célebre missão: A de anunciar ao mundo a boa-nova do Santo Evangelho. Para isso, Cristo age através de sua Igreja, ''que pela qual os bispos são chamados a ''perseverar na doutrina dos apóstolos e se reunir na fração do pão e nas orações'' (JOÃO PAULO VII, Constituição Conciliar 'Unitas Missionis, n° I). Dessarte, não exclusivamente os bispos, mas também o rebanho pelo qual eles atuam como pontífices regentes. Assim, para serem bons clérigos e fiéis como nos sobreavisa as Sagradas Escrituras que foram ''reveladas por Deus (...), [e que] foram escritas por inspiração do Espírito Santo'' (S. PAULO VI, Constituição Apostólica 'Dei Verbum', Cap. III , n° IX), devemos nos ofertar pelos irmãos assim como Deus se encarnou e se doou sem renegação da sua missão terrena. Nesse ínterim, o Sacrossanto Concílio de Jerusalém nos exortava dizendo: ''A árdua tarefa deixada por Cristo Jesus a seus Apóstolos durará até o fim dos tempos (Mt 28,20), uma vez que o Evangelho deverá ser anunciado em todo o tempo e todo lugar, como princípio de toda a vida da Igreja'' (JOÃO PAULO VII, Constituição Apostólica 'Aeternum Patris', Cap. II, n° VII). Esse evangelho deverá ser perene, pois deveremos irrigar ''nossa mentalidade com a palavra de Deus'' (JOÃO PAULO VI, Carta Apostólica 'Ecclesiam Populi') que é o nosso sustento e fonte de renovação para a missão que é o ''anúncio das Palavras de Salvação (...) do Cristo Salvador'' (JOÃO PAULO VII, Exortação Apostólica Pós-Sinodal 'Mitte Me Ad Gentes', Cap. IV, n° XX).
Destarte, este XI Sínodo dos Bispos, em solene festa pelos 15 anos da Igreja Católica no Habbo Hotel, que busca fixar-se tanto no serviço neste orbe virtual quanto em seu serviço filial de anúncio da boa-nova, é de suma importância para restaurar nossa imagem através dos bons métodos de cuidado e evangelização aos que por tradição nos seguirão neste sagrado e, por graça de Deus, ininterrupto ato de caridade para com os irmãos apartados da luz do Espírito Santo - isto é, os que ainda não conheceram Cristo -, pois ''ninguém pode dizer: "Jesus é o Senhor", senão sob a ação do Espírito Santo" (1Cor 12, 3). Devemos ser faróis para esses, afinal nossa missão ''deve ser a de anunciar, sem medo, que Cristo vive e nos quer vivos como suas testemunhas'' (BENTO V, Carta Apostólica 'Regnum Sacerdotale', n° I). Ademais, para um assertivo processo de evangelização deve-se prezar por algumas fases, sobretudo a da hierarquia. Um Colégio Apostólico que demonstre o valor e a tradição da sua sucessão, da sua magnitude e seu valor ao Corpo da Igreja. Um colégio dos presbíteros e diáconos que goze de bom comportamento e ardor missionário, de amor pelos que ainda eles não conhecem.
Após essa dissertação,
desejamos tratar um pouco algumas questões sobre o que nos foi imbuído de
analisar nesta Comissão. Pois bem, foi confiado a nós analisar ''os estudos
direcionados às novas formas de evangelização propostas no X Sínodo dos Bispos
e no Concílio de Jerusalém'' (D. Joseph Ravassi, Decreto de Nomeação das
Comissões do XI Sínodo dos Bispos). Como acima já analisamos o Concílio de
Jerusalém e o X Sínodo dos Bispos, ambos ocorridos no ano de 2020, podemos
agora tratar sua continuação e correta aplicação.
I. TÁTICAS PROPOSTAS NO X SÍNODO DOS BISPOS
A Comissão para Ações Missionárias do X Sínodo dos Bispos, ocorrido em junho do ano passado, nos fez refletir algumas pautas sobre a evangelização no Habbo Hotel. Dessa forma, a Comissão idealizou uma série de ações que poderiam ser excluídas do nosso convívio ou aquelas que são boas, mas que precisariam de certa restruturação. Sabemos que as práticas de Evangelização pelos quartos tanto oficiais quanto dos jogadores são táticas de busca por vocações presbiterais e religiosas, mas, também, de encontro com novas vocações laicais. Assim como o desenvolvimento de uma boa formação laical, que até hoje não fora posta em prática como recomendava o sínodo que tratamos, podemos desencadear novas vocações presbiterais e religiosas. Mas o tópico não deseja só implementar novas práticas como também a sua continuação.
Conhecemos a teoria,
porém a prática está longe de ser alcançada devido à procrastinação da nossa
estrutura. A Igreja não pode simplesmente mudar seus métodos de evangelização
sem ao menos entender a realidade de cada pessoa presente pelos quartos do
Hotel. Sendo assim, devemos saber que lidamos com jovens e, portanto, devemos
pregar para essa classe de pessoas de uma forma mais aprimorada. Isto é: sem
gritos, sem flood's, sem incômodos que muitas vezes tendemos a fazer porquê
talvez foi assim que nos chamaram à fazer parte da Igreja virtual.
II. PAPEL MISSIONÁRIO APÓS O CONCÍLIO DE JERUSALÉM
Diante do exposto acima, é essencial analisar o Concílio de Jerusalém, que foi o mais importante evento em anos do nosso apostolado habbiano. Em síntese, o Concílio soube priorizar os debates que envolvem o serviço de evangelização iniciado em julho de 2006 pelos nossos fundadores e continuado por nossos antecessores. Assim, a Igreja que antes dizia: ''Evangelização, Evangelização'' como forma superficialmente trabalhada, pôde compreender, agora, sua Natureza enquanto Igreja, e principalmente: sua utilidade e ofício enquanto apostolado virtual. A Igreja passou a entender seu encargo, pois passamos a captar o pensamento de que ‘’somos uma comunidade de fé e vivência do carisma Santo e Invicto da Santa Madre Igreja, com o intuito de evangelizar e difundir a santidade a partir da prática da escuta e pregação da Palavra’’ (JOÃO PAULO VII, Constituição Conciliar ‘Predicate Evangelium’, Cap IV, n° XXII).
Compreendermos essa missão é fundamental para um processo autêntico de evangelização compromissado, pois tomamos razão da seriedade da nossa missão. Sem seriedade e esforço, e, precipuamente, sem animo missionário, acabamos por perder nossa essência. O saudoso Papa João Paulo VII, em sua homilia de abertura do Concílio, nos exortava dizendo: ''Hoje somos perseguidos, humilhados, ofendidos das mais diversas maneiras e só conseguiremos sobreviver diante destas tribulações se nos mantivermos firmes em nosso chamado''. O Papa já nos alertava dos perigos que o Concílio sofreria com a cisma que estava instalada no Habbo que tinha um único fim: desmerecer nosso trabalho evangelizador. Todavia ele prossegue dizendo que devemos nos manter firmes em nossos encargos mesmo que apareçam legiões contra ele. O Papa ainda prossegue: ''Queridos irmãos, ao ouvir tais palavras devemos tomar consciência de que viemos para este apostolado para buscar as pessoas imperfeitas''. Desde sua solene abertura, o Concílio de Jerusalém nos exortava a rezar e intensificar nosso trabalho de anúncio da boa-nova a todos sem distinção, como nos diz o Papa Bento V: “Entretanto, neste concílio, compreendemos ainda mais nossa atuação nesta plataforma e como devemos nos portar diante de tal ministério” (BENTO V, Epílogo do Concílio de Jerusalém).
Paralelo a isso, continuamos os debates
daquele Sacrossanto Concílio. No entanto, de forma mais avançada estamos a
tratar do início de tudo: a formação. Formação essa tão defasada nos últimos
tempos. A formação é, senão, o primeiro contato do leigo com o Corpo da Igreja.
Para tal, precisamos de uma formação que mostre nosso ofício de um ângulo
diferente. Precisamos mostrar aos nossos leigos, e possivelmente a curto ou
longo prazo, diáconos e presbíteros, o nosso valor como Igreja. Muitos saem dos
seminários achando que somos um ‘’Role
Playing Game’’, ou como é conhecido: RPG. Precisamos deixar claro desde início
que procedemos como um apostolado católico que se esforça para ‘’ser fiel transmissora da fé Católica, arrebanhando as almas para Deus’’
(JOÃO II, Constituição Conciliar ‘Salus Animarum’, Cap. I). Todavia, como vamos possuir
ministros que façam os outros conhecerem a Cristo, a origem da nossa estadia
neste ambiente, a nossa Igreja, os sacramentos, se nem mesmo receberam isso em
sua formação? Abaixo abriremos um tópico sobre.
III. DA FORMAÇÃO CONTINUADA
O foco de nossa missão é a
evangelização, isso todos nós sabemos. Entretanto, também servimos para preparo
formativo para muitos dos leigos que assistem nossas celebrações, que tomam
parte nas nossas conversas. Sendo assim, precisamos ter uma conduta, um ensino que
cause empatia pelos nossos irmãos jogadores. No entanto, por muito tempo não
tivemos esse pensamento atual, alguns dos nossos diáconos, padres e bispos não
foram alcançados por estas formações. Diante disso, é preciso uma formação
continuada nos âmbitos litúrgicos, catequéticos, doutrinários e demais áreas de
estudo que circundam todos esses ministérios elencados acima; sobretudo porque
existem pessoas em nosso apostolado que não tiveram acesso à Igreja do lado de
dentro, principalmente as recém-convertidas nestes tempos pandêmicos. Não
podemos nos prender ao ensino de Tempos Litúrgicos; de Cores litúrgicas; de
como celebrar a Santa Missa em teoria. Precisamos oferecer um ensino de
qualidade e que prepare às pessoas para o que já tratamos acima: para diversos
tipos de pessoas, principalmente do anúncio querigmático aos jovens-adultos.
CONCLUSÃO
Por fim, esta Comissão responsável pelo
âmbito laical e da Nova Evangelização, com o intuito de estudar e dissertar
sobre a missão no Habbo Hotel como forma educativa e querigmática, vê no XI
Sínodo dos Bispos um local de aprimoramento das nossas práticas de
evangelização. Como primeira comissão, desejamos reforçar tudo que já foi
trabalhado pelo IX e X Sínodo dos Bispos e pelo Concílio de Jerusalém: uma
Igreja que por inspiração do Espírito Santo busca neste espaço virtual levar
jovens e adultos ao seio da Verdade, que é Cristo, nosso Senhor.
+
Jorge Snaif Cardeal Médici
Presidente da
Comissão
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Pedro Cardeal Melchior
Vice-presidente da
Comissão
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Julio Oliver
Auxiliar
Monsenhor
Giuseppe Siri
Secretário